sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Morre a atriz marcia cabrita, aos 53 anos

Quando ganhou seu primeiro papel de destaque na televisão, a Neide Aparecida do “Sai de baixo”, em 1997, Márcia Cabrita já tinha estrada no teatro. Na cena alternativa, fez muito sucesso com Aloísio Abreu e Luis Salem em “Subversões”. Eles brincavam com canções famosas. O principal hit foi “Meu nome é Creuza”, uma paródia de “O amor e o poder”. Salem, aliás, grande amigo de Márcia desde a juventude, formou uma dupla constante com ela. Não eram só as letras trocadas das canções que levavam a plateia ao delírio: a alegria do trio, visível, contagiava, carregava o público na brincadeira.




No “Sai de baixo”, a atriz interpretava a empregada da família. Magrinha, voz fina, tinha grandes cenas com Miguel Falabella, o Caco Antibes. Naquele palco em que tudo era “gravado ao vivo”, havia grandes estrelas e todas elas com direito a bons momentos. Neide Aparecida era, portanto, uma coadjuvante, mas, com frequência, chegava ao centro da cena. O espectador notava que o elenco estava se divertindo muito — a mesma sensação que tinha a plateia de “Subversões”. A gargalhada dos atores e a dos espectadores se igualava, num ciclo virtuoso. Não é à toa que o humorístico, até hoje reprisado, ainda tem frescor. Depois, ela passou pelo “Vai que cola” e fez “Trair e coçar é só começar”, no Multishow. Nesse último, também ambientado num apartamento, Márcia vivia Inês, a patroa. Mais recentemente, interpretou a Narcisa em “Novo Mundo”. Já estava bem doente e seu cronograma de gravações precisou ser alterado.

A alegria e a leveza de Márcia, a coragem com que enfrentou o câncer e sua disposição para trabalhar serão lembradas. Que pena a sua partida tão precoce.

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